segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O regresso ao trabalho

O final incontornável das férias significa sempre a chegada daquela sensação deprimente de que as paredes do nosso local de trabalho vão-se fechar sobre nós e sufocar-nos. Por norma é assim. Neste aspecto não sou excepção à norma.

Claro que estar de férias em Outubro não é propriamente paradisíaco, mas foi o possível. Mesmo assim custa igualmente regressar. E por muito que me digam "Mas tens trabalho, isso é o mais importante!", "Não fazes parte das estatísticas do desemprego!", etc., não consigo abandonar a simples ideia que odeio o meu trabalho, odeio aquilo que faço em praticamente todos os aspectos, custa-me muito sair da cama e comparecer religiosamente como uma leal colaboradora, e só o faço porque não me posso dar ao luxo de perder o ordenado mensal e estrangular ainda mais o orçamento familiar.

Eu diria ainda que 90% das pessoas que trabalham comigo têm exactamente a mesma percepção. Cada um de nós arrasta-se desgraçadamente pelos corredores do edifício. Uns procuram alternativas, sem sucesso; outros já desistiram de procurar alternativas; uns quantos ainda acomodam-se acreditando que um dia algo de bom vai acontecer, como se um dia fossem tropeçar na rua com um emprego perfeito.

A minha mãe consola-me com a dupla imbatível "melhores dias virão" + "o que tem de ser tem muita força".
Tá bem! Vou dizer que sim e fazer de conta que estou integralmente de acordo.

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